PALAVRAS DO CMDT AGR GOLF

TCOR Cav Fonseca

Com a realização do exercicio "DOBOJ 03", eis-nos chegados ao fim do nosso Aprontamento, iniciando a 13 de Janeiro deste ano.
Como o tempo passa!
De facto, parece que foi ontem que eu e o 2º Comandante, o meu leal colaborador desde a primeira hora, com alguma apreensão e expectativa, esboçávamos os contornos dessa preparação, debatíamos o conteúdo do Plano de Instrução e Treino Operacional, e conjecturávamos sobre as necessidades em pessoal, materiais, infra-estruturas, requisitos e condições a satisfazer, a fim de viabilizar a concretização desta missão de grande responsabilidade que nos havia sido cometida...
E com os vários elementos, troços separados e migalhas isoladas em presença, fomos juntando, adicionando uns aos outros, moldando, alisando, retirando excessos, emprestando forma, linhas e pormenores a essa amálgama, até se parecer com a ideia que haviamos concebindo...
Não foi fácil a obra. Mas é seguramente muito mais fácil quando todos os componentes se combinam e comungam de igual dedicação e determinação em "levar a carta a Garcia". É indubitavelmente muito mais estimulante quando sentimos o apoio efectivo e a plena confiança que em nós depositam.
Nesse sentido, depois do intenso treino a que foram sujeitos, depois do grande número de exercicios e avaliações a que foram submetidos, os militares do Agrupamento GOLF podem estar tranquilos e certos de que A NOSSA UNIDADE SE ENCONTRA INEQUIVOCAMENTE BEM PREPARADA PARA A MISSÃO que vai cumpri no TO da Bósnia-Herzegovina.
Mas não se iludam. A arrogância, a vaidade deslumbram e impedem de descortinar o que é obvio. A NOSSA MISSÃO VAI AGORA COMEÇAR. As dificuldades e os problemas irão surgir doravamente e, a forma como os encararmos e solucionarmos irá inevitavelmente influenciar todo o sistema global. Há que prosseguir, assim, com confiança, autodominio, humildade e determinação, a fim de que as nossas tarefas sejam cabalmente executadas, e possamos regressar a casa de cabeça levantada, com a satisfação do dever cumprido, com aquela sensação agradável de que ajudámos, de facto, quem de nós precisou.
Sobretudo, tenham em mente de que, para nós os militares, as Operações de Apoio à Paz são bem mais complexas do que as Operações de Combate Concencionais, na medida em que a tendência de "aplicação da violência" caracteristica destas últimas, deverá ser substituida pela necessidade de "gerir a aplicação da violência" nas primeiras.
As minhas felicitações a todos.